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CISTICERCOSE

O complexo Teníase/Cisticercose constitui-se de duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do homem. A cisticercose é uma entidade clínica provocada pela presença da forma larvária da Taenia solium (Cysticercus cellulosae) nos tecidos de suínos, bovinos ou do homem. O parasito é transmitido pela ingestão de ovos de Taenia, proveniente de água, verduras e legumes mal lavados ou higiene inadequada. Ao ser ingerido, os ovos, penetram na mucosa intestinal, entra na circulação sanguínea e linfática alojando-se em diferentes tecidos ou órgãos. As formas mais graves da doença estão localizadas no sistema nervoso central e apresentam sintomas neuro-psíquicos e oculares. O tempo para o aparecimento da cisticercose varia de 15 dias a anos após a infecção. As manifestações clínicas dependem da localização e do número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. O diagnóstico é realizado através de biópsia tecidual, cirurgia cerebral, testes imunológicos (pesquisa de anticorpos) no soro, saliva, LCR e exames de imagem (RX, tomografia computadorizada e ressonância magnética). O cisticerco, após seu desenvolvimento pleno no SNC, mantém mecanismo de evasão da resposta imune do hospedeiro. Mas, em um período estimado entre meses e superior a dez anos, a larva freqüentemente entra em degeneração, com conseqüente fibrose e calcificação. Após a calcificação do parasita, em muitos casos, já não apresenta LCR com alterações inflamatórias e nestes, as pesquisas de anticorpos são negativas. Quando o LCR apresenta número de leucócitos > 10/mm3 e proteína > 50 mg, usualmente são encontrados anticorpos anti Cysticercus cellulosae. Vários métodos já foram usados no imunodiagnóstico da neurocisticercose. Um número apreciável de avaliações comparativas tem indicado que o teste de ELISA apresenta maior eficiência diagnóstica.

1. Garcia, H. H.; Gonzalez, A. E.; Evans, C. A.;Gilman, R. H. Taenia solium cysticercosis. Lancet, v. 362, n. 9383, p. 547-556, 2003.
2. Garcia, H. H.; Gonzalez, A. E.;Gilman, R. H. Diagnosis, treatment and control of Taenia solium cysticercosis. Curr.Opin.Infect.Dis., v. 16, n. 5, p. 411-419, 2003.
3. Largura,a. Anticorpos Anti Cysticercus cellulosae na saliva e líquor em pacientes com Cisticercose Cerebral. XVIII Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, Foz do Iguaçu (PR), 1991.
4. Mandal J, Singhi PD, Khandelwal N, Malla N.Evaluation of ELISA and dot blots for the serodiagnosis of neurocysticercosis, in children found to have single or multiple enhancing lesions in computerized tomographic scans of the brain. Ann Trop Med Parasitol,100(1):39-48,2006




Fonte: Laboratório Álvaro