No hiperparatireoidismo primário a secreção de PTH está inapropriadamente elevada para um determinado nível de cálcio, de forma autônoma, sendo essa a principal causa de hipercalcemia em pacientes não hospitalizados. Incide em aproximadamente 1% da população adulta, mas sua prevalência aumenta com a idade, chegando a 2% na população acima de 50-55 anos. Acomete 2 a 3 mulheres para 1 homem e a idade média ao diagnóstico é em torno de 55 anos. Pode ser de ocorrência esporádica ou familiar, uni ou poliglandular (adenoma único de paratireóide em 80 a 85% dos casos, hiperplasia de mais de uma paratireóide em 10% dos casos, adenomas múltiplos em 4% dos casos e carcinoma de paratireóide em 1% dos casos).
As manifestações são bem variáveis, desde assintomático até manifestações graves, ósseas, renais ou de hipercalcemia. As manifestações clínicas refletem os efeitos do PTH e da hipercalcemia:
O PTH é o principal hormônio envolvido na homeostase do cálcio e, portanto, qualquer situação que curse com hipocalcemia crônica e estímulo constante para a secreção de PTH, pode levar ao aumento das paratireóides com hipersecreção de PTH (hiperparatireoidismo secundário). São necessários diagnóstico e tratamento adequados para se evitar o desenvolvimento de autonomia, ou seja, o desenvolvimento de hiperparatiroidismo terciário. Em geral o hiperparatiroidismo secundário reverte com o tratamento da causa e normalização da hipocalcemia. Hipercalciúria renal, deficiência de vitamina D, raquitismo e deficiência nutricional de cálcio são algumas das causas de hiperparatiroidismo secundário. Mas talvez a causa mais importante a se focar seja a insuficiência renal, na qual o hiperparatiroidismo secundário costuma ser de longa duração, com possibilidade de doença óssea - osteodistrofia renal - e, também, com maior possibilidade de evoluir para hiperparatiroidismo terciário. Na maioria das vezes, o tratamento da causa básica é suficiente para a normalização do PTH.
O hiperparatireoidismo terciário ocorre na sequência de hiperparatiroidismo secundário, de longa evolução, não tratado ou irregularmente tratado. Mais comum em insuficiência renal crônica, quando existem deficiência de 1 25 (OH)2 D3, hiperfosfatemia e hipocalcemia estimulando cronicamente as paratireóides, ocorre também no decorrer de outras doenças, como osteomalácia hipofosfatêmica, na qual a suplementação de fosfato a longo prazo produziria diminuição de cálcio e aumento de PTH.Fitzpatrick, LA. Hypocalcemia: Diagnosis and Treatment. www.endotext.org. Cap.7. Setembro, 2002.
Marx S. J. Medical Progress: Hyperparathyroid and Hypoparathyroid Disorders. N Engl J Med, 2000, 343:1863-1875, Dec 21, 2000. Review Articles.
Referência(s) na Internet