Medicina do Viajante
Prezado(a) Doutor(a):
Nos primeiros meses do ano, muitos brasileiros viajam a lazer, pois este é um tradicional período de férias e feriados. Mas antes de embarcar, principalmente para destinos internacionais, os viajantes devem se preocupar com a saúde. A atualização das vacinas é um dos cuidados recomendados. Febre amarela, febre tifóide, malária, raiva, hepatite A e B, meningite e gripe são alguns exemplos de doenças que acometem muitos viajantes.
Para orientar a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas às viagens, os cidadãos têm à disposição profissionais e serviços especializados de Medicina do Viajante. Essa especialidade, que existe há 30 anos na Europa, na América do Norte e na Austrália, evoluiu ao longo dos anos e ganhou maior representatividade no Brasil.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), das 850 milhões de pessoas que viajam por ano, 136 milhões (16%) estão a trabalho. Para evitar as doenças transmissíveis, é preciso estar com a vacinação de rotina em dia e se imunizar contra as doenças da região de destino.
A entidade pioneira no país foi o Centro de Informação em Saúde para Viajantes (Cives), criado em 1997 por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Posteriormente, no ano 2001, em São Paulo, foram criados dois novos serviços, o primeiro no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e, o seguinte, no Hospital das Clínicas da USP.
O serviço de Medicina de Viajante envolve a avaliação do estado de saúde, do itinerário, das atribuições e do tempo de permanência do viajante em seu destino ou destinos, quando se trata de um roteiro que passa por várias localidades. Tanto um executivo que viaja para participar de uma reunião, o turista que visita outro país, como o operário que vai trabalhar no campo estão expostos a situações que possam envolver algum risco à sua saúde.
De acordo com o Centro Brasileiro de Medicina do Viajante (CBMEVi), a Medicina do Viajante é um conjunto de ações de prevenção do adoecimento. O principal objetivo é que o viajante vá e retorne sem ter ficado doente. Contudo, uma parte importante da Medicina do Viajante envolve o diagnóstico e o tratamento da doença a partir do atendimento de pessoas que estão retornando de viagens e se encontram doentes, ou viajantes de outros países que chegam ao Brasil e ficam doentes aqui.
O médico infectologista e coordenador do Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas de São Paulo, Dr. Jessé Alves, explica que, no Brasil, os núcleos de medicina do viajante constituem uma experiência bastante recente, embora sejam muito importantes para evitar que o número crescente de pessoas que viajam para o exterior ou para dentro do país se coloque em situação de risco por falta de informação adequada. "Ainda há poucos centros no Brasil e esse tipo de atendimento se dá de forma limitada, mas acredito que a demanda será determinante na criação de novos locais para orientação pré-viagem", ressalta.
A Sociedade Internacional de Medicina de Viagem (ISTM) é a principal entidade da área em nível global e visa fomentar o conhecimento científico por meio de publicação específica, congressos mundiais e regionais e estimular grupos locais que pretendem trabalhar com o tema. "A ISTM busca incentivar o conhecimento de forma abrangente na área, definindo um roteiro mínimo de conhecimento para os profissionais que queiram prestar orientações pré e pós-viagem", explica o infectologista.
Segundo o Dr. Jessé Alves, as informações que universalizam as diretrizes para a Medicina do Viajante são obtidas em meios variados, informes epidemiológicos mundiais ou regionais, sites governamentais específicos, página específica da Organização Mundial de Saúde, livros, textos e periódicos dedicados ao tema.
Oportunidade
No Brasil, o aumento de viagens a trabalho dentro e fora do território nacional é tão expressivo que empresas já estão terceirizando o serviço de diagnóstico de saúde e prevenção de doenças para orientar profissionais viajantes. Está aí uma boa oportunidade para o mercado de análises clínicas.
De acordo com o infectologista, os avanços da medicina diagnóstica auxiliam a Medicina dos Viajantes, pois o diagnóstico de doenças pós-viagem deve ser estimulado e ter o tempo encurtado, uma vez que doenças de potencial de disseminação regional e global podem ser (e provavelmente são) disseminadas facilmente pelos viajantes. "Quanto menos tempo houver entre a suspeição e o diagnóstico, melhores poderão ser as medidas de controle", destaca.
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Dr. Ricardo Florian Mottin CRF 5.817
Laboratório Mottin
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